Tristeza de post

Mais ou menos por esta hora, há quatro ou cinco dias, virei a cabeça para o solzinho me abençoar. Sol quentinho.

Tinha o rio à frente, depois de ter pedido uma água ao gajo com o avental que vinha de lá de dentro, atrás de mim, felizmente não fazia sombra. "Não quero mais nada, obrigada."

Era o rio, quieto, espelho. Levantei-me e encarei outra vez o sol, que já se punha, na direcção da foz do rio. Levantei-me e caminhei, em direcção ao sol. Deixei as sandálias na esplanada, depois de pagar. "Ó menina, olhe o calçado!". Quero lá saber... Pus os pés no espelho, fresquinho, fresquinho. O sol segurava-me pelos braços e puxava-me para si. Segui, queria pôr cada pé à frente do anterior e chegar ao sol. Mas antes de conseguir chegar ao sol, o espelho já me envolvia as coxas. Inspirei e senti que ia poder respirar cada vez melhor quanto mais próxima estivesse do conforto do sol.

Sol Sol Sol Sol Sol Sol

A certa altura, tornei-me espelho e engoli a última golfada de ar quente, para a seguinte ser já fria fria e me preencher os pulmões.

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Dois dias depois, fez-se uma grande reunião religiosa na igreja ao pé de minha casa em minha memória. Nunca pensei que aparecesse tanta gente.